O mercado imobiliário gera paixões. Para muitos, a compra
de um imóvel é a decisão financeira mais importante da vida. Para investidores,
é um potencial de lucros às vezes fantásticos. Para o País, um poderoso motor
de crescimento e geração de empregos.
Desde 2008, vem-se refutando alegações de que o Brasil tem uma bolha
imobiliária prestes a estourar. De lá para cá, os preços dos imóveis dobraram,
triplicaram ou subiram ainda mais.
Impressionados com o ritmo da atividade imobiliária e com a forte
elevação dos preços, estudiosos resolveram analisar as bolhas imobiliárias de
todos os países desde 1900.
Algumas conclusões saltam aos olhos. Primeiro, bolhas imobiliárias
costumam envolver forte atividade de construção. Para tornar os dados de
construção comparáveis entre diferentes países e períodos, analisou-se o
consumo anual de cimento per capita em cada país no ano em que a bolha estourou.
Segundo, uma bolha imobiliária sempre se
caracteriza por preços muito elevados em relação à capacidade de pagamento das
pessoas. Considerando-se quantos anos de salários são necessários para comprar
um imóvel de preço médio nas principais cidades do mundo, nenhuma cidade
brasileira está hoje entre as 20 mais caras. Por outro lado, Brasília, Rio de
Janeiro, Salvador e Balneário Camboriú estão entre as 100 mais caras.
Entretanto, mesmo por esse parâmetro, Brasília, a mais cara do País, ainda é
duas vezes e meia mais barata do que Rabat, no Marrocos, a mais cara do mundo.
O ar que infla qualquer bolha de investimento, imobiliária ou não, é sempre
uma abundante oferta de crédito. Ela possibilita que investidores comprem algo
que não poderiam apenas com suas rendas. Todas as bolhas imobiliárias encontradas
estouraram quando o total do crédito imobiliário superava 50% do PIB e, em alguns casos,
passava de 130% do PIB. Nos EUA, em 2006, um ano antes dos preços começarem a
cair, era de 79% do PIB. No Brasil, apesar de todo o crescimento dos últimos
anos, esse número é hoje de 5% do PIB.
Aliás, é sempre uma súbita ruptura na oferta de crédito, normalmente
associada a uma forte elevação do custo deste crédito, que faz com que bolhas
estourem. No Brasil está acontecendo exatamente o contrário. O crédito
imobiliário está em expansão e o seu custo em queda.
Por tudo que foi pesquisado, é bastante improvável que haja um
estouro de bolha imobiliária no Brasil, pelo menos em breve. Se você vem
adiando o sonho da casa própria por este medo, relaxe.
Então os preços dos imóveis continuarão subindo no ritmo dos últimos
anos? Dificilmente. Os preços atuais já estão mais elevados; em casos
específicos, até altos para padrões internacionais.
O mais provável são altas mais modestas, às vezes bem mais modestas. Em
alguns casos, até pequenos ajustes de preços para baixo são possíveis e
salutares. São exatamente eles que garantiriam que bolhas não estourem em um
futuro mais distante.
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Você tem algum tipo de financiamento?? Até agora a bolha só murchava, mas com Marina presidente, é estouro na certa:: http://www.forumimobiliario.com.br/2014/08/marina-silva-e-bolha-imobiliaria-brasileira/
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